Diante do ocorrido a Academia Brasileira de Letras decretou luto de três dias.
Resolvi postar uma crônica desse imortal, que se considerava perfeccionista em relação aos textos que escrevia.
Aproveitem a leitura:
OS TERRORISTAS
Era um professor duro, exigente e implacável. As provas eram feitas sem aviso prévio. Todos os trabalhos valiam nota e eram corrigidos segundo os critérios mais rigorosos. Resultado: no fim do ano quase todos os alunos estavam à beira da reprovação. As notas - que ele anotava cuidadosamente no livro de chamada - eram as mais baixas possíveis.
O que fazer? Reuniam-se todos os dias no bar em frente ao colégio para discutir a situação, mas nada lhes ocorria. Até que um deles teve uma ideia brilhante.
O livro de chamada. A solução estava ali: tinham de se apossar do livro de chamada e mudar as notas. Um 0 poderia se transformar em 8. Um 1 poderia virar 7 (ou 10, dependendo do grau de ambição).
O problema era pegar o livro, que o professor não largava nunca - nem mesmo para ir ao banheiro. Aparentemente, só uma catástrofe poderia separá-los.
Recorreram, pois, a catástrofe. Um dos alunos telefonou do orelhão em frente ao colégio, avisando que havia um principio de incêndio na casa do professor. Avisado, o pobre homem saiu correndo da sala de aula - deixando sobre a mesa o famigerado livro de presenças.
Acreditareis se eu disser que ninguém tocou no livro? Ninguém tocou no livro. Os rapazes se olhavam, mas nenhum deles tomou a iniciativa de mudar as notas. Às vezes a consciência pesa mais que a ameaça da reprovação.
Conheço muito bem esse conto, já analisei ele, lembra? Rsrsrs Saudades!
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