quarta-feira, 30 de março de 2011

Médicos concluem que OS sai mais cara ao Estado do que atual modelo


Alunos de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e representantes de segmentos da saúde se reuniram na tarde desta terça-feira (29) e chegaram a conclusão que a contratação de Organizações Sociais (OSs) para administrar a saúde sai mais caro aos cofres do Estado do que o atual modelo de gestão, além de não resolver os problemas do setor.

A análise, que contrapõe os argumentos do secretário de Saúde do Estado, Pedro Henry, teve como base o discurso do diretor do Sindicato dos Trabalhadores Públicos do Estado de São Paulo (Sindisaúde), médico Ângelo D'Agostini. o secretário tem alegado que na capital paulista a terceirização funciona com "louvor".

Segundo ele, o governo de São Paulo já está rescindindo alguns contratos porque não tem condições de pagar. A afirmação confirmou, segundo o vereador por Cuiabá Lúdio Cabral (PT), que também é médico, a tese defendida pela classe médica de Mato Grosso, hoje em greve. “Em São Paulo já está comprovado que as OSs gastam mais do que o sistema público de saúde”, frisou.

No debate, realizado no auditório da UFMT, com a participação de cerca de 200 pessoas, uma das principais críticas ao novo modelo de gestão aplicado por Henry foi a falta de clareza em relação à contratação das OSs, o que intrigou o professor de Medicina da UFMT e ex-secretário de Saúde de Mato Grosso no governo Dante de Oliveira, Julio Muller Neto.

Ele fez críticas contundentes ao novo sistema e diz que há algo “nebuloso” em torno da ideia. “Não está claro para que servem as OSs”, cobrou, ao avaliar que Henry, enquanto médico, fez um diagnóstico errado que pode incorrer em graves danos.

“Somos vítimas de um clientelismo, fisiologismo e má vontade política”, criticou Julio Muller. Na avaliação dele, a discussão não deve ser apenas sobre as OSs, mas da saúde pública de um modo geral, já que esse novo modelo não conseguirá sequer a amenizar a crise na área.  

Da Redação - Pollyana Araújo
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